Desenvolvendo pessoas, impulsionando empresas: a chave para o sucesso está no investimento no desenvolvimento humano.
Como elaborar um programa de compliance na gestão pública?
Como elaborar um programa de compliance na gestão pública?

Como elaborar um programa de compliance na gestão pública?

Elaborar um programa de compliance é muito importante, dentre outros motivos, para manter o ente público “nos eixos”. Isso significa que essa ferramenta ajuda a manter uma organização de acordo com as regras referentes a ela, evitando diversos prejuízos.

Mas, afinal, o que é um programa de compliance? Como implantá-lo no setor público? Quais são seus benefícios? Conversamos com o professor e consultor de governança corporativa, Emerson W. Dias, para explicar todos esses pontos.

Confira a seguir as principais dicas e informações para elaborar um programa de compliance, e conheça algumas de suas particularidades no setor público.

O que é um programa de compliance?

Sintonia com obrigações fiscais, procedimentos com marco de responsabilidade ambiental e adequação dos processos externos a normas técnicas são apenas alguns exemplos das muitas imposições regulatórias, sendo que uma empresa, uma instituição ou um órgão público devem seguir a risca cada uma delas. Do contrário, há as consequências de ser onerado com restrições legais, levar multas, ter punições judiciais e mesmo uma perda de credibilidade.

Assim, é muito importante manter o ente público alinhado a esses pontos, e para simplificar, podemos chamar isso de Compliance. Originário da língua inglesa, esse termo significa, didaticamente, estar absolutamente com um alinhamento às normas, controles internos e externos e todas as políticas e diretrizes estabelecidas para o negócio.

O programa de Compliance é, desse modo, a atividade que visa assegurar que o ente público está seguindo à risca as imposições dos órgãos de regulamentação e que tudo esteja dentro dos padrões do que é exigido em seu segmento. Isso inclui todas as esferas, como a previdenciária, a ética, a  trabalhista, a fiscal, a judicial e a ambiental, por exemplo. Vale lembrar que o Compliance também deve estar de acordo com os regulamentos internos.

Como elaborar um bom programa de compliance para o setor público?

De acordo com Emerson, existem alguns conceitos que devem ser utilizados nos programas de compliance, seja no setor público ou no privado. O primeiro deles é a vontade: deve-se realmente querer resolver o problema, buscando criar um programa que seja mesmo efetivo. Vamos ver alguns outros pontos fundamentais para a elaboração de um bom programa de compliance:

Entender a atuação da organização

Quem for implantar o programa de compliance deve procurar conhecer as características e o funcionamento da organização. Sua atuação mercadológica e a finalidade da destinação de sua produção são alguns dos pontos a serem conhecidos e considerados.

Conhecer a legislação aplicável e verificar seu cumprimento na organização

É preciso fazer um levantamento e análise do cumprimento de toda a legislação e regulatórios para a atuação da organização. Não tem como implantar um programa de compliance sem que a instituição cumpra com suas obrigações legais.

Avaliar o ambiente interno da organização

É essencial também mapear todas as problemáticas da organização e de seu ambiente interno, sendo que alguns pontos principais a se buscar são: assédios, práticas abusivas e condutas inapropriadas (dentre outras situações de risco comportamental) e descumprimento da legislação ou da regulação.

Comunicar o que é, os motivos e as regulações do programa de compliance

Outro ponto é que as pessoas devem ser informadas, tanto sobre as regras quanto sobre as intenções do programa. Nesse sentido, se pode criar regulatórios internos contendo as obrigações a serem cumpridas pelos servidores, explicando-as. É necessário lembrar que esse material deve estar acessível para os trabalhadores e que sua existência deve ser comunicada. Afinal, não adianta exigir que as pessoas o conheçam se ele não estiver facilmente disponível ou não for divulgado adequadamente.

É importante comunicar também as coisas que forem acontecendo, visando uma comunicação fluida. O professor lembra, nesse momento, da importância de ferramentas que permitam coletar informações e fazer investigações.

Avaliar a conduta externa da organização

É importante verificar também como o ente público se porta perante a população. Isso pode afrontar a legislação, dependendo da conduta, e afetar também a imagem do ente público. Por último, Emerson cita os sistemas de recompensas e punições, no sentido de “garantir que aquela intenção que você tem vontade foi comunicada e medida por meio de ferramentas que possam, de fato, trazer benefícios e soluções a quem as adotaria”.

Falando de ferramentas, ele também destaca duas de grande utilidade no programa de compliance. É importante, por exemplo, que os recursos sejam confiáveis e até anônimos, quando se trata, por exemplo, de casos de denúncia. Nesse sentido, o professor cita a ferramenta hotline como uma opção. É claro que, ainda utilizando o mesmo exemplo, também serão necessárias boas ferramentas de investigação, para apurar uma denúncia.

Outros pontos importantes incluem o mapeamento de risco das atividades da organização e as estratégias para mitigá-los, além de valorizar o engajamento dos agentes públicos.

Quais benefícios um programa de compliance adequado pode gerar?

Para Emerson, o principal benefício do programa de compliance é a visão de longo prazo parao ente público. Agir com caráter ajuda em seu crescimento de forma mais sólida e íntegra. Como o setor público muitas vezes não visa lucros, essa visão de longo prazo pode ser um incentivo mais difícil. Mesmo assim, o professor aponta que a questão da cidadania se faz presente da mesma forma, sendo ela um ponto forte a ser reforçado e levado em conta.

Além disso, um programa bem estruturado também pode levar a oportunidades de negócio, vantagem competitiva, atração de investimentos, sustentabilidade do negócio, e claro, a identificação de riscos, antecipação de problemas e correções de não-conformidades, dentre outras vantagens. Assim, o programa de compliance pode abrir portas e, principalmente, evitar dor de cabeça para o ente público.

Emerson lembra, ainda, que há o desafio da corrupção: questão que caracteriza um problema bastante presente no Brasil. No entanto, o professor ressalta que ela pode sim ser enfrentada, e um programa de compliance pode grande contribuição também nesse sentido.

Esperamos ter ajudado na compreensão da importância dessa medida. Agora, você já sabe por quê e tem uma maior ideia de por onde começar a elaborar um programa de compliance no setor público! Para tirar dúvidas sobre este ou outros assuntos, ou para conhecer mais sobre nossos serviços ou buscar maiores informações com o professor Emerson, basta entrar em contato conosco!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *